domingo, 25 de novembro de 2012

Paradoxos



Aviso: se você é uma pessoa que tem qualquer tipo de problema de compreensão  lógica e é extremamente sensível, podendo ter um "surto" ou qualquer outra coisa decorrente da incompreensão envolvida e da complexidade trabalhada na temática, ignore esta postagem e salve sua sanidade mental. Não serei responsável por absolutamente nada que possa acontecer com você leitor(a), após deleitar-se com o tema.

Paradoxos consistem em uma contradição lógica absurda, algo que seria logicamente impossível. Existem diversos tipos de paradoxos e nem sempre é fácil compreendê-los. Um dos exemplos mais comuns e paradoxo, é o chamado Paradoxo do Mentiroso, que consiste em fazer afirmações do tipo "Estou mentindo agora.". A afirmação não pode ser definida como verdadeira nem falsa, pois se for verdadeira, torna-se falsa e se for falsa, torna-se verdadeira e é nisso que consiste esse tipo de paradoxo. Vejam:

Se a pessoa diz a verdade quando diz "Estou mentindo agora.", a afirmação é falsa, pois ela disse a verdade. No entanto, se a afirmativa é falsa, pois ela disse a verdade, ela mentiu ao dizer que estava mentindo, por tanto a afirmativa é verdadeira. Mas como a afirmativa é verdadeira, ela então contou a verdade sobre estar mentindo, o que torna a alternativa falsa. O ciclo se repete, pois trata-se de um paradoxo.

Os paradoxos podem ser uma forma de a pessoa parecer que tem razão em algo, mas na verdade eles podem tornar os discursos cansativos. Podem também consistir em uma terrível armadilha, por confundir aqueles que estão despreparados. Outro exemplo de paradoxo, é o que se utiliza para questionar se Deus é realmente onipotente:

"Se Deus é onipotente, logo ele pode tudo. Se ele pode tudo, então ele deve ser capaz de criar uma pedra tão pesada que não seja capaz de carregar. Não podendo carregar essa pedra, ele não seria onipotente, pois o onipotente tudo pode e deveria ser capaz de erguer a pedra. Porém, se Deus não consegue criar uma pedra que seja tão pesada que ele não possa carregar, também significa que não é onipotente, pois o onipotente deveria ser capaz de criar uma pedra tão pesada que não pudesse carregar.".


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Maniqueísmo

O maniqueísmo é uma forma de se interpretar a realidade, presente em nosso imaginário há muito tempo. Ele (o maniqueísmo) separa toda a realidade em elementos distintos e opostos, como luz e escuridão, paz e violência (ou guerra), ordem e desordem, discórdia e concórdia, belo e feio, heróis e vilões, aprisionamento e liberdade, enquanto que estes são elementos que não podem ser dissociados.

Esta é uma visão de mundo que cria diversas fantasias em nossas mentes. São poucas as pessoas, por exemplo, capazes de aceitar que sentimentos como a dor, o sofrimento e a tristeza, são capazes de aproximar pessoas e fazê-las entender umas as outras. O normal é que se neguem esses sentimentos, pois não são agradáveis. No entanto, a felicidade por si só é egoísta. Convenhamos; quem em seu momento de felicidade para e tenta entender uma pessoa que está sofrendo? Quando estamos felizes, tendemos a querer afastar qualquer coisa que possa acabar com essa felicidade.

Já quanto aos heróis e vilões, estes são necessários para que tenhamos quem amar e odiar. Vemos como heróis, pessoas de extrema bondade, capazes de realizar sacrifícios enormes em nome de um bem maior, como salvar o mundo da destruição. Os vilões são exatamente o contrário, mesquinhos, egoístas, ambicionam o poder e querem destruir a humanidade. Todo herói pode ser vilão para um de nós e o contrário também é valido. Eles não existem de fato, são apenas figuras que escolhemos para justificar determinadas ações, sentimentos e pensamentos que temos.

Para evoluirmos, teremos primeiro que abandonar a visão maniqueísta daquilo que nos cerca. É preciso que compreendamos que nada é puramente bom, ou puramente ruim. O que é bom para uns, haverá de ser ruim para outros. Devemos parar com as tentativas de dissociar aquilo que está unido em uma simbiose*.

*a palavra simbiose neste texto, foi usada no sentido figurativo. Em seu sentido denotativo, simbiose é uma relação íntima entre seres vivos de benefício mutuo, onde um não pode viver sem o outro.